Nery Porto Fabres
O Brasil expondo ao mundo o barulho de suas vidraças quebradas
Por Nery Porto Fabres
Professor
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Autoridades públicas estavam dentro de um emaranhado de notícias cabulosas, o Brasil caminhava para revoltas populares, as eleições indicavam ganho nas urnas e rebeldia do povo. Surge a Revolução de 30 e Getúlio Vargas, filho do general Manoel Vargas, assume o Brasil em 1930 depois de combates sangrentos e outros inventados.
Passou o tempo rapidamente e havia pedras empilhadas nas calçadas para apedrejarem vidraças, pessoas com capuz, para não serem identificadas, marchavam rumo à sede do governo, a desordem começava a brotar dentro das ruas da capital brasileira. Getúlio Vargas tinha de entregar seu governo nas mãos das Forças Armadas do Brasil, canhões miravam o seu gabinete no Palácio do Catete. Corvetas da Marinha do Brasil apontavam seus aparatos de guerra da Baía da Guanabara, em direção à praça 15 de Novembro.
O governo getulista chegara ao fim por um golpe de Estado, assim dizem os livros de história. Porém, há quem afirme que Getúlio e seu general de Exército, seu almirante da Marinha e seu amigo brigadeiro da Aeronáutica decidiram encerrar o governo com os mesmos militares de sua confiança no comando da nação. A partir deste momento se teria uma nova organização política e social para abrir o período de eleições diretas para presidente da República e congressistas, o fim do governo de Getúlio ocorria no final da Segunda Guerra Mundial, em 1945.
No ambiente fúnebre e cinzento de guerra, o Congresso fechou as portas para dar espaço à ditadura militar getulista, causada pela instabilidade social decorrente de um cenário internacional turbulento, em que a fuga para o terceiro mundo era em massa. O nosso povo teve de ser chamado às fardas urgentemente, em grande número passou a servir às Forças Armadas, imposição da segurança da Pátria, naquele período de conflitos mundiais de grandes proporções.
O clima de patriotismo perdurou depois de encerrada a Segunda Guerra e, com o Brasil pertencente ao lado dos vencedores, as eleições trouxeram o partido do presidente e aliados de volta ao poder. Vargas subiu ao palanque pedindo votos para seu aliado político que disputava a Presidência do Brasil, curiosamente, foi o general que o depôs do cargo de presidente da Nação.
E, nestas eleições de 1945, Getúlio foi eleito senador da República e usou o cargo para preparar, politicamente, sua nova campanha eleitoral para presidente em sua terra sulista, São Borja, no Rio Grande do Sul. Neste novo cenário ele voltou nos braços do povo… Democraticamente, em 1950.
Esse olhar para trás nos faz compreender o Brasil atual. Os arranjos políticos, a representatividade da elite brasileira, de todos os estados da federação. O Brasil é um canteiro político que surgiu dentro da necessidade da família real brasileira, por ordens portuguesas e espanholas. Aqui já se foi colônia de Portugal, de domínio de espanhóis, de controle financeiro de banqueiros holandeses, alemães, italianos, dentre outros. Nesta terra formou-se o poder e com ele houve distribuição do domínio econômico, político e social. Aqui se deve obediência aos donos.
E essas trocas de poder político são orquestradas por quem controla os interesses de exploração do solo, das matas, das águas, dos mares. Logo, todos os partidos políticos apontam em mesma direção, qual seja, fazer o barulho necessário para aumentar os impostos e o povo bancar o alto custo de vida da política brasileira e das famílias detentoras das terras deste País continental.
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